Níveis de consciência

Toda a ascensão, na escala dos seres, consiste na mudança do seu nível de consciência, essa modificação é a razão de ser de todas as diferenças; é ela que faz a diferença entre o selvagem e o sábio, entre este e Deus.
Quando se diz que o homem superior está acima das coisas, é isto literalmente verdadeiro, certas coisas não o prendem mais; pelo fato de ele as encarar de outro modo, por ser outro ele mesmo, essas coisas não têm mais poder sobre ele.
Quem sabe superou aquilo que sabe e se libertou dele. Saber conscientemente e superar é libertar-se daquilo que se sabe ? assim como não saber é ser escravo daquilo que não se sabe.
Esse ver melhor e conhecer a redenção ? é a própria redenção ou libertação.
Não há poder maior que o conhecimento sapiencial, que é a verdadeira compreensão. Neste sentido foi dito pelo Cristo ?Conhecereis a verdade; e a verdade vos libertará.?
Não é possível nenhum progresso interior sem esse conhecimento, sem essa elevação do nível da consciência.
Não há crendice mais funesta do que a crença na invencibilidade do determinismo das leis da natureza. A natureza é certo, age de um modo determinado; no seu próprio plano é ela invariável, inderrotável; entretanto, todas as forças atuam tão-somente num determinado plano; mas quem se eleva acima deste plano liberta-se da sua influência e não é atingido pelo seu impacto. Graças ao nível superior da sua consciência, do sue livre-arbítrio, está o homem acima do nível da natureza inferior, onde atua apenas a lei da causalidade mecânica, ao passo que no homem funciona a lei da causalidade dinâmica.
Quando o homem consegue elevar o seu nível de consciência do plano das forças mecânicas, escapa ele desse plano, não apenas na imaginação, mas na mais completa realidade; porque ter outra consciência é ser outro.
O nível do nosso consciente determina o nível do nosso ser.
Com 10 graus de consciente eu sou 10 graus; com 50 graus eu sou 50 graus, com 100 graus de consciente eu sou 100 graus.
A medida do meu consciente é a bitola do meu ser e do meu poder.
Na íntima essência da sua natureza, o homem é onipotente, e quanto mais consciente ele se tornar desta verdade tanto mais se liberta das peias que o escravizam.
Toda a nossa ascensão rumo a um poder superior é essencialmente um processo de conscientização. Na minha íntima essência eu sou o poder infinito, embora na minha externa existência os meus poderes sejam limitados. Eu sou essa essência onipotente; que é a fonte de todas as minhas existências, que eu tenho, mas não sou.
A Luz dessa verdade é possível que tenham razão os sábios da Índia, quando afirmam que o homem, chegado ao mais alto grau de consciência, pode superar a própria morte.
E não seria este o sentido das palavras do Cristo ?Quem tiver fidelidade (fé) a mim, não morrerá, e, ainda que tenha morrido, viverá para todo o sempre?? Ter fidelidade a seu Cristo interno é o mesmo que atingir o mais alto nível de consciência.
E quando ele afirma ?o Pai está em mim, e eu estou no Pai ? o Pai também está em vós, e vós estais no Pai?, supõe a possibilidade de crearmos em nós esse nível de consciência, que ele tinha realizado em si, e que existe implicitamente em cada ser humano.

Retirado do Livro: ROTEIRO CÓSMICO
Huberto Rohden